Considerem o exemplo de Abraão: “Ele creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça”.
Gálatas 3.6
Parece fácil, não é? Creu e pimba! Deus o aceitou. Nada de obras para tentar ganhar a aprovação divina.
Quem conhece a história de Abraão sabe que não é bem assim.
Quando Deus o chamou, o patriarca tinha que deixar sua pátria e sua família para sair para um local desconhecido.
Quando o Senhor prometeu um filho, ele tinha que ficar décadas soprando as faíscas da sua confiança.
Quando o Soberano o exigiu que oferecesse seu filho da promessa e matá-lo num altar, Abraão não hesitou, mas obedeceu. Cegamente.
Deus não aceita a quem, apesar de crer que ele existe, não acredita que ele recompensa quem o busca (ler Hebreus 11.6).
Uma fé qualquer não resolve.
Tem que ser a fé de Abraão.
É essa que você tem?
(A seguir, leia uma reflexão por trás da meditação.)
Li o verso na NVI e quando resolvi usá-lo para a meditação, eu ia dar o título de “Considerem o exemplo”, palavras essas que são as primeiras do verso na NVI. Fui verificar o grego e consultar outras versíões e descobri que essas palavras não constam no original. Na versão mais literal, AVR, o verso é assim: “Assim como Abraão creu a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça”.
Mas a minha ênfase no verso ia ser na idéia de considerar o exemplo dele. Se eu não tivesse usado outros recursos, eu teria dado uma ênfase que não está no original. Meu ponto teria sido válido, mas eu teria usado o verso errado para isso.
Falo isso, não para criticar a NVI, que uso no ensino e na pregação, mas para citar exemplo de como é fácil afirmar coisas a partir de um verso na Bíblia que não estão no texto original, só porque não fazemos um estudo mais apurado. Tenhamos — e me coloco nisso também — muito cuidado na hora de fazer uma afirmação, pois é possível que alguém nos corrija e tenhamos a vergonha de reconhecer um erro que podíamos ter evitado com certa facilidade.