Naum fez profecias contra Níneve depois de mais de 100 anos da história de Jonas. No meio de palavras de destruição e da queda da superpotência daquela época, o profeta não pode deixar de falar também da bondade de Deus.
O Senhor é bom,
um refúgio em tempos de angústia.
Ele protege os que nele confiam,
mas com uma enchente devastadora
dará fim a Nínive;
expulsará os seus inimigos para a escuridão.
Naum 1.7-8 NVI
Note a ênfase, na terceira frase, em confiar em Deus, ou em buscar a proteção de Deus, NTLH. Diz-se que “Deus ajuda a quem cedo madruga”. Na verdade, Deus ajuda a quem o busca.
O verso 8 começa com a conjunção adversativa, “mas”. A bondade de Deus não significa falta de ação na presença do mal. Pelo contrário, sua bondade o leva a lidar com o mal por amor dos seus buscadores.
A frase: “com uma enchente devastadora” pode pertencer ao verso 7 ou ao verso 8, ou a ambos, de maneira que a enchente se torna ação de Deus tanto como proteção dos buscadores como também para dar fim a Níneve.
“Talvez isso seja exemplo de ambiguidade intencional: Deus protegerá seu povo da mesma calamidade que usará para destruir seus inimigos” (NET Bible).
Talvez se possa ir mais além: Deus protegerá seu povo por meio da mesma calamidade que usará para destruir seus inimigos. A mesma ação que traz destruição a alguns significa salvação para outros. A bondade e a severidade de Deus, então, não são extremidades divinas, mas sim manifestações da sua unidade, Romanos 11.22. Pode se falar no mesmo instante da misericórdia de Deus e da sua justiça, Salmo 111.
Deus é bom, e sua bondade significa severidade para com o mal. Esta é a nossa esperança.
Com certeza Deus ajuda quem o busca. Mas temos que buscá-lo e nunca esquecer de obedecê-lo. Ter ouvidos para escutar sua vontade, requer um certo esforço que nem todos estão dispostos a fazê-lo.
Exatamente, Nelson! Que nos esforcemos para entrar no reino!