Ministério virou exercício de poder. Ministro, tanto na política como na religião, tornou-se agregador de privilégios. Mas estes não podem chamar Deus como testemunha do seu serviço, como faz esse servidor:
Pois Deus, a quem sirvo em meu espírito no Evangelho de Seu Filho, …
Romanos 1.9 BLIVRE
O termo na língua original para “servir” tem um sentido amplo, e significa louvor ou labor, adoração ou trabalho. O contexto em que aparece o termo determina o tipo de serviço religioso. Em Mateus 4.10, por exemplo, é geralmente traduzido por “adorar”. Aqui, o serviço parece ser o anúncio da Boa Nova de Cristo (como em 15:16).
Isso é importante notar porque fazemos uma distinção muito severa entre nosso serviço de reunir-nos com os irmãos e o de proclamar, no dia a dia, a salvação aos de fora. Obviamente, cada momento tem suas peculiaridades, mas os dois constituem serviço, dois aspectos da mesma realidade espiritual do cristão.
Paulo declara que, embora o serviço seja empenhado no mundo, entre as pessoas, com viagens para lá e para cá, suportando rigores e temores, ele é feito “em meu espírito”, indicando a interioridade do cristianismo. A fé não é um ritual, mas cada ação e atitude parte do íntimo, fonte das motivações que agradam a Deus, da disposição mental e da consciência profunda de gratidão pela graça divina que chama e impulsiona.
De fato, a frase chama Deus como testemunha à sinceridade e ao zelo que ele tem pelos leitores e ao desejo de vê-los e deixar-lhes algum benefício espiritual. O objeto da sua fé e serviço é Deus, É ele quem Paulo quer impressionar e agradar. Ele age sempre para que Deus, e não o homem, pense bem a seu respeito.
Seja o serviço louvor ou labor, a oração sempre o acompanha, como no restante do verso citado acima.
Que todos possamos dizer com Paulo que é Deus a quem servimos em nosso espírito na proclamação da Boa Nova de seu Filho.